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Artesãos mostram trabalhos na Feira de Economia Solidária no Rio

Da Agência Brasil
Publicado em 04/12/2014 - 17:40
Rio de Janeiro

Artesãos de dez municípios do estado do Rio de Janeiro estão entre os expositores da Feira de Economia Solidária, que hoje (4) e amanhã (5), na Cinelândia, centro do Rio. A feira faz parte do circuito Ecosol e tem o objetivo de fomentar e promover o desenvolvimento social de 200 empreendimentos de economia solidária. O evento conta também com oficinas de artes manuais, apresentações de teatro, sarau poético e um desfile de moda, no fim do dia.

Produtores independentes apresentam no evento diversos produtos como porta-moedas, bijuterias, roupas, bolsas e objetos de decoração, informou a subsecretária do Desenvolvimento Econômico Solidário da prefeitura do Rio, Katia Perobelli da Rosa. Segundo Kátia, a feira é uma forma diferente de fazer economia, pois não tem a figura do patrão e do empregado.

"Aqui são os grupos que decidem, juntos. {O artesão] tem o domínio da produção e do seu material, do início ao fim, então ele é o dono da produção, é o dono da venda. As decisões são partilhadas, eles [expositores] se reúnem em associações ou cooperativas, cada um no seu lugar, mas se reúnem para conversar, trocar idéias e vender junto. É uma forma de organização em rede, onde não se tem muito sujeito, patrão, mas tem organizações de rede dando e a esse movimento de economia solidária", explicou.

De acordo com a subsecretária, a maioria dos trabalho é feita com coisas reutilizáveis, que muitas vezes são jogadas no lixo. O conceito de moda com sustentabilidade, usando a criatividade e a inovação, está presente nos produtos dos artesãos, assim como o conceito de economia criativa. "A partir do lixo cria-se vida, gera-se renda. Tem muita coisa embutida nisso: significa reaproveitar as coisas que se joga fora, inventar, recriar",  disse Kátia. Ela destacou ainda os conceitos de consumo consciente, preço justo, comércio justo. "E tem o conceito de autogestão e de autonomia, de gerar renda para se emancipar."

Cerca de 95% dos empreendimentos de economia solidária são formados por mulheres independentes, e a maioria sustenta a família. Kátia ressaltou que tais grupos são capazes de produzir sozinhos. "O que fazemos é apoiar, fomentar, criar canais de diálogo, arranjar parcerias. Queremos que elas saiam das favelas, do campo, e sejam vistas."

Por meio das peças produzidas manualmente, muitas histórias chamam a atenção, seja de trabalho familiar, seja de problemas que os artesãos enfrentaram ao longo da vida. Segundo a coordenadora da Associação de Artesãos de Queimados, na Baixada Fluminense, Neurizete da Silva, de 59 anos, a associação tem hoje 70 artesãos, mas muitos foram acolhidos, pois avam por alguns problemas e o trabalho os ajudou a superar as dificuldades.

"Acolhemos todo mundo. Eu tenho alunas de 81 anos, que estavam em depressão. E temos casos de pessoas que tentaram se matar, que foram chamadas para a associação, e hoje elas já trabalham", contou Neurizete. Ela destacou que muitas das pessoas acolhidas não tinham de onde tirar nada e estavam desgostosas com a vida. "Ajudamos essas pessoa a ter uma renda familiar. Nosso objetivo é fazer com que elas aprendam e trabalhem. No começo, tudo é difícil, mas é uma ajuda para continuar caminhando."


Fonte: Artesãos mostram seus trabalhos na Feira de Economia Solidária, no Rio